A Engie é detentora de 50% de participação acionária na Transportadora Associada de Gás (TAG) sendo 17,5% pertencentes a Engie Brasil e os 50% restantes são detidos pelo fundo canadense Caisse dépot et placement du Quebec (CDPQ) seja diretamente ou através da subsidiária CDP Groupe Infraestructure. A TAG maior transportadora de gás natural possui uma rede de 4,5 mil km de gasoduto nas regões Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil. Dessa forma a presença da Engie no setor de gás natural reforça a estratégia globaldo grupo como líder na transição energética voltada para uma economia de baixo carbono.
No Leilão de Transmissão 01/2023 promovido pela Aneel, o Consórcio ENGIE Brasil arrematou o Lote 5, referente à concessão para implantação e operação de 1.006 quilômetros em linhas de transmissão. A construção visa a expansão do sistema de transmissão da Área Sul da Bahia e norte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, com o objetivo de atender a demanda de escoamento da energia gerada na região Nordeste para o Sudeste.
Atualmente, a Firma vem atuando no Conjunto Fotovoltaico Assú Sol e no Conjunto Eólico Serra do Assuruá, na qual ambos possuem previsão para entrada integral em operação em 2025. No 4T23, o Conjunto Eólico Santo Agostinho atingiu 95,8% de progresso geral, com 33 aerogeradores em operação comercial e 22 em teste. Ademais, o Conjunto Eólico Serra do Assuruá seguiu avançando no cronograma de implantação com a conclusão das primeiras plataformas de aerogeradores e a montagem das torres da linha de transmissão.
Acreditamos que o setor de energia elétrica reúne vantagens competitivas entre elas a baixa competitividade, o alto poder de barganha das companhias com seus fornecedores, o baixo poder de negociação dos clientes e as barreiras para novos entrantes. Contudo, o risco intrínseco e de baixa previsibilidade para as empresas do setor elétrico, que têm seus negócios relacionados à geração de energia, diz respeito às variações climáticas. Essas podem levar tanto à escassez quanto aos excedentes de produção, impactando diretamente a receita, o lucro e a distribuição de proventos. Dessa forma, o risco de uma crise hídrica no País afetaria o desempenho da Companhia, sendo parcialmente amenizado pela diversificação de sua matriz energética, que possui capacidade de geração vinculada a fontes eólicas e gás natural
Agora vamos analisar os números da empresa dos últimos anos:
De 2020 a 2023 a receita da Engie Brasil registrada perda passando de R$ 12,3 bilhões para R$ 10,7 bilhões e um dos fatores que podem explicar isso é o movimento de migração que a empresa tem feito para mudança da matriz energética na qual leva um tempo até sua maturação.
Diferentemente da receita o Ebit registrou algum crescimento no mesmo intervalo de comparação passando de R$ 5,2 bilhões (2020) para R$ 5,5 bilhões (2023) mostrando assim que a empresa teve ganhos de eficiência no processo que vem tendo de migração da matriz energética e nos investimentos em negócios como gás natural que possuem historicamente margens elevadas.
A dívida bruta d empresa sofrera aumento na mesma base comparativa tendo passado de R$ 16,8 bilhões (2020) para R$ 20,1 bilhões (2023) o que contasta que a empresa vem precisando da dependência de capital de terceiros para financiar sua diversificação de negócios e investimentos em outras fontes de energia. Com isso a relação dívida bruta/patrimônio líquido está em um patamar elevado de 2,13 (213% que a dívida bruta representa do patrimônio líquido).
O lucro líquido também registrara aumento no mesmo intervalo de comparção passando de R$ 2,8 bilhões em 2020 para R$ 3,4 bilhões em 2023 pelos mesmos motivos já explicados para o crescimento do ebit.
Diante do que foi exposto assim temos recomendação de compra para as ações da Engie Brasil (EGIE3) pois a empresa vem diversificando os seus negócios em segmentos com maiores rentabilidades, além de estar sendo negociada a múltiplos próximos a mínima histórica atualmente.