A Natura é uma marca brasileira que está presente em todo território nacional e em mais de 100 países, sendo um dos principais nomes do mercado de cosméticos, fragrâncias e higiene pessoal. Fundada em 1969, a Empresa seguia majoritariamente o modelo de vendas diretas com consultoras, porém, passou a diversificar seu negócio através da ampliação dos canais de distribuição ao inaugurar lojas físicas e vendas pelo comércio eletrônico. Atualmente, a Companhia se destaca no pioneirismo na adoção de práticas sustentáveis, sejam elas socioeconômicas e ambientais. Em 2019, a Natura foi incorporada pela Natura&Co, que conta com as marcas Natura e Avon.
O modelo de negócios da Natura&Co é baseado principalmente na venda direta, realizada através da atuação de 7,6 milhões de consultoras parceiras na qual 2 milhões são de consultoras da Natura e 5,6 milhões são representantes da Avon.
A Natura&Co vem consolidando o seu processo de digitalização por meio do segmento de e-commerce, que ainda representa parte incipiente da receita. Soma-se a isso, a plataforma de serviços financeiros &Co Pay, voltado para ampliar a produtividade das consultoras e revendedoras da marca, o que vem proporcionando um importante progresso na sua estratégia na diversificação de receitas.
Apesar da robustez do seu ecossistema de marcas, a Companhia vem enfrentando dificuldades para rentabilizar todas as suas operações, com destaque para a Avon Internacional, que têm sido detratoras no resultado.
Na América Latina, a Empresa deu início à Onda 2, movimento estratégico que tem o objetivo de proporcionar maior integração entre as marcas do portfólio, simplificação de estruturas e centralidade em um único canal de suporte para as consultoras.
Recentemente, a Companhia informou ao mercado que, na busca pela simplificação das estruturas, analisa uma possível separação de negócios da Natura&Co com a Avon, como forma de destravar valor das operações segregadas. Na esteira da otimização das operações, houve também a deslistagem das ADRs na NYSE e a adequação das operações internacionais, que agora são gerenciadas por apenas duas regiões.
No período de 2020 a 2024 a receita da empresa cresceu 22,8% na qual passou de R$ 19,6 bilhões para R$ 24,1 bilhões considerado modesto já que a companhia vem realizando diversas mudanças na sua estrutura entre elas a venda Aesop e da The Body Shop.
No mesmo período de comparação o Ebit atingiu R$ 2,4 bilhões em 2024 ante R$ 2,6 bilhões em 2020 tendo assim uma queda de -7,7% levando a empresa a perda de margem demonstrando assim que apesar das diversas mudanças realizadas a mesma tem tido dificuldade de rentabilizar seu modelo de negócio.
Por outro lado, a dívida bruta da Natura&Co teve uma queda substancial saindo de R$ 13,8 bilhões em 2020 e indo para R$ 6,8 bilhões em 2024 explicada pela alienação de operações que não eram rentáveis para a empresa como a Aesop e a The Body Shop o que levou ao reforço do seu caixa liquidando assim parte da sua dívida. Com isso a situação financeira da empresa hoje é considerada saudável já que a dívida bruta representa somente 44,0% do patrimônio líquido da companhia.
Por último, houve reversão no resultado final da empresa já que em 2024 foi registrado um prejuízo de R$ 8,9 bilhões contra resultado positivo de R$ 1,3 bilhões em 2020.
Fica evidente que Natura&Co vem realizando diversas mudanças em sua estrutura, porém com exceção da sua situação financeira que teve uma melhora substancial, a empresa segue tendo dificuldades de rentabilizar suas operações. Dessa forma nossa visão é neutra para as ações da empresa (NTCO3).
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