A Usiminas é um dos maiores grupos siderúrgicos do Brasil, atuando de forma verticalizada ao longo da cadeia de aço, com atividades nas áreas de mineração, logística, bens de capital, centros de serviço e soluções customizadas para a indústria. Além disso, a companhia oferece um amplo portfólio de produtos, como a linha completa de aços planos, atendendo tanto a indústria brasileira quanto parques fabris internacionais. A empresa foi a primeira a ser privatizada dentro do programa de desestatização no início dos anos 90.
A Usiminas está inserida em um setor que tem forte dependência do mercado externo principalmente o chinês que vem apresentando um crescimento abaixo do esperado o que vem afetando assim o preço de suas ações.
No segmento de siderurgia, as margens seguem pressionadas devido ao impacto do câmbio sobre os custos.
Além disso, por mais que tenha sido implantado o sistema de cotas o aço chinês vem entrando no mercado brasileiro de forma competitiva afetando assim as suas vendas internas.
Dito isto vamos aos números da empresa:
Desde 2020 a receita da Usiminas obteve algum crescimento passando de R$ 16,1 bilhões para R$ 25,9 bilhões em 2024 demonstrando que a companhia obteve sucesso na expansão do seu volume vendido até então.
Contudo seu Ebit (Lucro Operacional) apresentou forte queda na comparação com o mesmo período na qual passou de R$ 2,43 bilhões para R$ 588,9 milhões o que pode ser oriundo de fatores como: Queda nos preços das commodities e da siderurgia em que muitas vezes o aço chinês vendido abaixo do preço de custo pressionou as margens da empresa, Custos elevados já que os custos com produtos vendidos (CPV) continuaram elevados, especialmente no contexto da siderurgia com a compra de chapas externas e Ambiente econômico adverso, pois com a alta na taxa de juros e incertezas globais os setores consumidores de aço, como construção civil e automotivo foram afetados negativamente.
Em relação ao nível de endividamento este registrou algum aumento na mesma base comparativa passando de aproximadamente R$ 6,0 bilhões em 2020 para R$ 6,8 bilhões em 2024, porém mesmo com este avanço seu nível de endividamento segue baixo já que a dívida bruta representa somente 27,0% do patrimônio líquido da empresa.
Sobre seu resultado final devido ao cenário adverso houve reversão no mesmo intervalo comparativo passando de valor positivo de R$ 672,8 milhões para prejuízo de R$ 145,9 milhões.
Apesar do preço de suas ações estarem depreciados, não vemos catalisadores que podem impulsiona-las no curto prazo, pois a situação na China tende a continuar desafiadora sobretudo no mercado imobiliário daquele país, principal consumidor dos produtos da empresa e além disso o cenário econômico adverso no Brasil tende a seguir pressionando os números da companhia no curto prazo. Logo desta forma NÃO RECOMENDAMOS as ações da Usiminas no momento.
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Analista Responsável: Caio R. Lyra Farme d’Amoed - CNPI