A Transmissão Paulista é uma das principais concessionárias privadas do setor de transmissão de energia do Brasil. Através das suas linhas trafegam 30% da energia elétrica produzida no Brasil e 60% da energia consumida na região Sudeste, o que equivale a quase 100% do consumo do estado de São Paulo. A companhia fica sediada em São Paulo e atua com ativos próprios por meio de subsidiárias e participações em 16 estados brasileiros.
A companhia de Transmissão Paulista atua em um segmento pouco impactado pelos riscos hidrológicos e pelas variações de preço da energia elétrica que no caso é o segmento de transmissão de energia elétrica.
Outro grande diferencial deste segmento e por consequência da empresa, é a forma na qual ocorre a remuneração que é via RAP (Receita Anual Permitida) onde parcela da receita que as transmissoras recebem daa disponibilidade do serviço e não da quantidade de energia que transmitem. Com isso na contratação dos serviços de transmissão a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) estipula o quanto cada transmissora receberá via RAP. A Transmissão Paulista é uma das maiores empresas do Brasil de receita anual permitida.
A empresa ainda possui uma atuação geográfica bem diversificada já que apresenta presença em várias regiões do Brasil além de seguir com participação ativa nos leilões de transmissão que vem ocorrendo minimizando assim o risco de depender de poucas concessões.
Diante disso os resultados da empresa se mostram bastante resilientes mesmo em momentos de recessão econômica, além de apresentar previsível e alta geração de caixa devido ao seu modelo de negócio conforme já destacado.
De 2020 até 2023 a receita da Transmissão Paulista cresceu 68,1% o que é considerado alto para o setor em que atua e com isso nos leva a crer que boa parte desse crescimento deve ter sido oriundo de novas aquisições e participações em leilões que saiu como vencedora.
Por outro lado o Ebit (Lucro Operacional) apresentou queda na mesma base comparativa saindo de R$ 3,78 bilhões e indo para R$ 3,45 bilhões, levando nos acreditar que os investimentos feitos com as aquisições realizadas ainda estão em processo de maturação. Devido a isso sua margem ebit teve forte queda.
Tais aquisições levaram a dívida bruta da companhia sair de R$ 4,53 bilhões e ir para R$ 9,27 bilhões praticamente dobrando o valor mostrando que estas aquisições foram financiadas boa parte com capital de terceiros. Porém seu nível de endividamento permanece ainda confortável com a dívida bruta correspondendo a 62,0% do patrimônio líquido da empresa.
Com a queda no Ebit (Lucro Operacional), o resultado final da Transmissão Paulista acabara sofrendo retração no período destacado também saindo de R$ 3,36 bilhões (2020) e indo para R$ 2,84 bilhões (2023).
Apesar de ser uma empresa sólida, com atuação em um segmento resiliente, dentro do setor preferimos a Neoenergia (NEOE3) que está cada vez mais migrando para esse segmento de transmissão porém com números crescentes diferentemente da Transmissã Paulista que para apresentar crescimento de rentabilidade seus investimentos recentes ainda estão passando pelo processo de maturação,
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