O Grupo CCR, criado em 1999, é uma das mais expressivas empresas de concessão de infraestrutura da América Latina. Atualmente, controla 3,6 mil quilômetros de rodovias sob a gestão de suas concessionárias. No âmbito da mobilidade urbana, a Companhia é sócia de concessões de metrô, de barcas e do VLT. Além disso, a Empresa atua em operações aeroportuárias, detendo, por exemplo, concessões em Belo Horizonte, Curaçao, Costa Rica e também no Equador.
A empresa é altamente dependente no nível de crescimento da economia, pois uma vez a economia aquecida o fluxo nas suas rodovias e outras concessões crescem também o que melhora assim o desempenho operacional da empresa.
Por outro lado a companhia possui uma alavancagem alta e o aumento no nível dos juros é um fator que colabora para pressionar seus resultados já que o custo dos empréstimos que é praticamente toda atrelada a selic cresce também.
Dito isto vamos a análise dos números nos últimos anos:
Entre 2020 a 2023 a receita da companhia teve forte crescimento passando de R$ 9,9 bilhões (2020) para R$ 18,9 bilhões (2023) que tem como possíveis fatores: i) novas concessões ; ii) reajuste nas tarifas ; iii) expansão do tráfego nas suas rodovias e outras concessões, etc...
No mesmo período o Ebit teve um crescimento ainda maior atingindo R$ 6,0 bilhões em 2023 ante R$ 2,1 bilhões em 2020, com a empresa ganhando em termos de eficiência com os motivos podendo ser: i) maturação dos seus investimentos ; ii) melhor negociação com seus fornecedores ; iii) automatização de processos, etc...
No entanto, a divida bruta teve considerável aumento na mesma base comparativa em que passou de R$ 19,9 bilhões em 2020 para R$ 30,6 bilhões em 2023. Entre os fatores que podem explicar essa alta destacamos: i) renovação das concessões com a empresa precisando assim incorrer em novos financiamentos/empréstimos para fazer novas obras necessárias ; ii) aumento dos investimentos para alavancar o resultado através de novos financiamentos, etc...
Apesar do aumento da dívida, o lucro líquido da empresa teve forte aumento passando de R$ 191,0 milhões no ano de 2020 para R$ 1,7 bilhões no ano passado, porém com alguma volatilidade nessa rubrica durante o período mencionado.
Qual preço-justo ?
Foi constatado que as principais métricas da empresa teve boa evolução no período de três anos. Porém para calcular o preço - justo primeiramente calculamos o lucro por ação projetado da empresa para o fim desse ano (2024) na qual projetamos cada rubrica da DRE (Demonstrativo de Resultado Exercicio). Diante disso acreditamos que a empresa fechará o presente ano com um lucro líquido de aproximadamente R$ 2,34 bilhões ante R$ 1,70 bilhões no ano passado.
Após isso consideramos três tipos de cenários diferentes:
Otimista - Nesse cenário consideramos o maior P/L histórico já registrado pela empresa no intervado de aproximadamente 5 a 20. Logo considerando o lucro projetado por ação (R$ 1,16) multiplicado pelo P/L histórico ajustado de 20 o preço justo da ação seria de R$ 23,20 o que representa um potencial de valorização de 98,46%. (Neste cenário, tanto o Brasil quanto a economia global estão em expansão)
Moderado - Nesse cenário consideramos a média do P/L histórico registrado pela empresa no intervado de aproximadamente 5 a 20. Logo considerando o lucro projetado por ação (R$ 1,16) multiplicado pelo P/L de 14,56 que é a média histórica o preço justo da ação seria de R$ 16,89 o que representa um potencial de valorização de 44,46%. (Neste cenário, o Brasil e o mundo estão tendo um crescimento flat, porém com alguma incerteza)
Pessimista - Nesse cenário consideramos o menor P/L histórico já registrado pela empresa que foi de 5,51 já ajustado (sem ajuste seria 4,85). Logo considerando o lucro projetado por ação (R$ 1,16) multiplicado pelo P/L de 5,51 o preço justo da ação seria de R$ 6,41 o que representa um potencial de queda de -45,20%. (Neste cenário Brasil e o mundo estão forte recessão causada por uma crise financeira global, pandemia, guerra mundial, etc...)
Conclusão:
Apesar dos bons números da companhia, as ações da empresa apresentam no pior cenário possível (pessimista) uma queda ainda acima do limite máximo que a Blue Chip Invest considera aceitável para recomendar compra para uma ação (limite máximo considerado é de queda de 30%). Porém no cenário moderado e otimista suas ações ainda apresentam bom potencial de valorização. Dessa forma nossa recomendação é de MANUTENÇÃO para as ações da CCR (CCRO3).
Obs: Se quiser saber mais sobre o método que utilizamos para o cálculo do preço-justo da ação acesse o vídeo da Blue Chip Invest sobre valuation em :
https://www.youtube.com/watch?v=i5feNavlb2E
Disclaimer:
Este relatório foi elaborado de forma autônoma pelo analista Caio R. Lyra Farme D’Amoed nos termos da Resolução CVM nº20/2021, Art. 3, inc.I, para uso exclusivo de seus assinantes, não podendo ser reproduzido ou distribuído por qualquer pessoa sem expressa autorização dele. As informações, sugestões e opiniões contidas neste relatório tem como objetivo prover informações e sugestões, assim sendo informamos que o retorno e o risco associado de quaisquer decisões de investimento ou desinvestimento tomadas a partir de suas informações e sugestões, são exclusivamente do cliente ou usuário deste relatório. As informações contidas neste relatório são consideradas confiáveis na data de sua publicação. Entretanto, as informações aqui contidas não representam por parte do analista Caio R. Lyra Farme D’Amoed garantia de exatidão das informações prestadas e projeções efetuadas.