A companhia é uma petroquímica criada em 2002 para atuar no mercado de resinas termoplásticas (polietileno, polipropileno e PVC). Surgiu com a compra da Copene pela Odebrecht e pelo Grupo Mariani no ano anterior. Atualmente, a companhia é líder em seu mercado nas Américas e se firmou como a maior produtora de polipropileno dos Estados Unidos. Atualmente, a empresa conta com 40 unidades produtivas, sendo 29 delas no Brasil e conta com uma equipe composta por 8 mil colaboradores. Suas ações são listadas em três bolsas de valores: B3 (Brasil), NYSE (EUA) e Latibex (Espanha).
Em 2023 houveram diversas especulações sobre possível compra da Braskem. Dentre elas podemos citar a negociação da Unipar com a Novonor (antiga Odebrechet) pelo controle da petroquímica. A holding J&F dos irmãos Joesley e Wesley Batista também se ofereceu para assumir R$ 10 bilhões de dívidas da Braskem sem maiores detalhes da transação envolvendo o controle da petroquímica. Em novembro passado, a Adnoc empresa estatal dos Emirados Arabes Unidos atuante no segmento de petróleo fez proposta de aquisição dos 38,5% pertecentes a Novonor no valor de R$ 10,5 bilhões. No entanto a aquisição está condicionada à conclusão de due diligence além da apuração dos eventos em Alagoas.
Por falar do evento de Alagoas, a companhia tem colaborado na apuração com os movimentos atípicos apresentados do solo da lagoa Mandaú região que está isolada e pode representar um possivel colapso. Diante disso a agência de classificação de risco Fitch alterou a classificação da companhia para BB+ com perspectiva negativa. A Polícia Federal através da operação "Lágrimas de Sal" realizou mandados de busca e apuração.
Analisaremos a análise dos números dos últimos anos:
A receita líquida saiu de R$ 58,5 bilhões em 2020 para R$ 70,6 bilhões em 2023 representando assim um crescimento de 20,7% o que equivale a 6,9% a.a considerando baixo podendo ser explicado pela cenário desafiador do setor petroquímico dos últimos trimestres que negocia a preços mais baixos devido a menor demanda global.
Já o Ebit passou de R$ 7,2 bilhões em 2020 para prejuízo de R$ 1,75 bilhões em 2023. Alguns fatores podem explicar isso entre eles o provavél valor bilionário que a empresa teve que provisionar devido ao evento geológico em Alagoas.
A dívida bruta permaneceu praticamente estável no mesmo período de comparação passando de R$ 41,9 bilhões para R$ 42,2 bilhões. No entanto seu nível de endividamento é extremamente alto com oscilações no dólar e na selic afetando de maneira significativa seu resulado final.
Por último seu resultado líquido registrou prejuízo de R$ 4,57 bilhões em 2023 ante prejuízo de R$ 6,67 bilhões em 2020.
Logo diante dos números apresentados não gostamos dos fundamentos da Braskem recentemente, sendo o único possível catalisador a compra de parte do seu controle como foi bastante especulado em 2023. De qualquer forma não recomendamos o investimento em suas ações (BRKM5) por ora.
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