Em 2024 surgiu a Azzas que foi a fusão da Arezzo com o Grupo Soma. No acordo da fusão, os acionistas da Arezzo&Co ficaram com 54% das ações da nova empresa, enquanto aqueles do Grupo SOMA ficaram com 46% restantes. A Companhia possui diversas marcas do varejo de vestuário, calçados, bolsas e acessórios, como Arezzo, Schutz, Anacapri, Animale, FARM e Hering.
Com a fusão, a expectativa é a de destravamento de sinergias entre os dois grupos. Dessa forma acreditamos que haverá otimização das estruturas, combinação de processos e vendas cruzadas entre os produtos entre outros benefícios resultantes desta fusão.
Contudo é preciso acompanhar de perto como se dará esta integração, pois as culturas são diferentes e com isso há possibilidade de canibalização entre produtos similares.
Dito isso vamos a análise dos números dos últimos anos que irá envolver a Arezzo já que este grupo ficou com a maior parte das ações resultante da nova empresa:
No período de 2020 a 2024, a receita da companhia foi de R$ 1,59 bilhões para R$ 8,38 bilhões. Entre os fatores que podem explicar esse grande salto temos: i) Fusão / combinação de grupos (escala e consolidação) através da união das operações Arezzo e Grupo Soma ; ii) Crescimento muito forte do e-commerce / canal digital em que o e-commerce passou a representar percentuais relevantes da receita e cresceu em duplas-dezenas por cento ano a ano em vários trimestres, elevando a receita total ; iii) Em 2020, temos uma base de comparação fraca já que foi o período da pandemia em que o consumo ficou mais reprimido.
O Ebit (Lucro Operacional) teve um crescimento também expressivo já que registrou R$ 581,3 milhões em 2024 ante R$ 63,0 milhões em 2020. Além dos motivos já citados contribuíram para este forte aumento do Ebit: i) Ganho de escala e diluição de despesas fixas devido o forte crescimento da receita permitiu que custos fixos (administração, estrutura de lojas, logística) fossem diluídos; ii) Ganhos de sinergias da fusão Arezzo + Grupo Soma; iii) Expansão do canal digital que possui maior margem; iv) Melhoria no mix de produtos e marcas e; v) Eficiência logística e digitalização através dos investimentos em supply chain, tecnologia de estoque e integração omnichannel que reduziram perdas e melhoraram giro.
Contudo a dívida bruta passou de R$ 634,2 milhões (2020) para R$ 2,7 bilhões (2024), ou seja, a empresa precisou incorrer em maior financiamento de capital de terceiros para conseguir o salto nos números comentados até aqui. Entretanto a situação financeira da companhia continua bastante confortável já que atualmente a dívida bruta representa somente 36,0% do patrimônio líquido da empresa.
Por último, o lucro líquido também registrara um forte aumento saindo de R$ 48,6 milhões (2020) e indo para R$ 341,7 milhões (2024) pelos motivos já citados que levaram ao aumento da receita e ebit.
A Azzas possui boas perspectivas com a fusão entre Arezzo e o Grupo Soma e além disso seus números apresentaram grande evolução nos últimos anos sem contar que as ações da companhia negociam atualmente a múltiplos bastante atrativos. Logo temos recomendação de COMPRA para as ações da empresa (AZZA3).
Disclaimer:
Este relatório foi elaborado de forma autônoma pelo analista Caio R. Lyra Farme D’Amoed nos termos da Resolução CVM nº20/2021, Art. 3, inc.I, para uso exclusivo de seus assinantes, não podendo ser reproduzido ou distribuído por qualquer pessoa sem expressa autorização dele. As informações, sugestões e opiniões contidas neste relatório tem como objetivo prover informações e sugestões, assim sendo informamos que o retorno e o risco associado de quaisquer decisões de investimento ou desinvestimento tomadas a partir de suas informações e sugestões, são exclusivamente do cliente ou usuário deste relatório. As informações contidas neste relatório são consideradas confiáveis na data de sua publicação. Entretanto, as informações aqui contidas não representam por parte do analista Caio R. Lyra Farme D’Amoed garantia de exatidão das informações prestadas e projeções efetuadas.